sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Lua

E é com a lua cheia que entramos em 2010.

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Está bem, está bem. Tecnicamente a lua cheia foi no dia 31 de Dezembro de 2009, mas ela também não "esvazia" assim tão depressa.

Dei por mim a tentar tirar significados deste facto. Do facto de entrarmos em 2010 com a lua cheia. E é claro que isso não pode dizer nada, mas pode iluminar-nos para tirarmos algumas conclusões acertadas acerca da vida.

Iluminar. A lua não tem propriamente uma "função". Isto é, ela é responsável por um determinado número de eventos que acontecem no nosso planeta Terra como a subida ou a descida das marés. Também podemos dizer que a lua nos ilumina de noite, quando o sol já se pôs.

Nem sempre ela está num estado que permita iluminar o nosso caminho da maneira que precisamos, e muito menos costuma entrar em nossa a casa como faz regularmente o Sol.

Pois a lua tem várias fases. Entre mostrar todo o seu esplendor através do reflexo da luz do Sol, até parecer um astro mais sombrio, quando tapado pela sombra da Terra. E as nuvens? Que teimosamente se intrometem no caminho da luz que a lua tenta reflectir na nossa direcção quando procuramos o caminho nas noites mais escuras?

Nós também nos caracterizamos por termos diferentes fases. Não tão regulares como a lua, que mais ou menos todos os meses volta a passar pelo mesmo estado. Mas também temos as nossas fases mais acesas e as nossas fases mais apagadas. E depois ainda temos as nossas fases em que tentamos mostrar a nossa luz, mas que por efeito de alguma "nuvem" não conseguimos.

O Sol é diferente. Embora a tecnologia ainda não nos permita tal feito já é possível, num avião tentar perseguir o Sol. Tentar seguir a sua luz à volta do mundo. Não que isso nos ajude particularmente de alguma forma, mas ajuda à minha metáfora... :) Por mais que demos voltas à Terra não vamos conseguir extrair a luz da lua se não for a altura dela.

Tantos ensinamentos que se podem tirar com a lua. Há momentos iluminados, há momentos escuros. Os momentos escuros são todos eles inevitáveis, ainda assim, podemos recorrer ao Sol durante o dia, para pelo menos nos mostrar alguma claridade. Esses momentos escuros levam o seu tempo a passar e a dar lugar aos momentos mais claros. Mas esse é o ponto importante. Os momentos claros e iluminados, cheios de esplendor, também existem.


Cabe-nos a nós aproveitar cada segundo do esplendor dos momentos iluminados que a lua tem para nos dar. E mesmo que ela esteja parcialmente encoberta pelas nuvens, ou não reflicta todo o seu potencial à conta da sombra da Terra, ela tem sempre alguma luz e beleza para nos dar.

Desfrutemos então cada pedacinho de luz sempre que for possível, pois nos momentos de total escuridão, quando nos sentirmos impotentes, termos sempre a lembrança dos momentos esplendorosos de luz que tivemos o privilégio de observar e a certeza que, mais hora menos hora, mais dia menos dia, vamos ter a oportunidade de voltar a ver esses momentos de luz. Só nos cabe a nós não os desperdiçar.

Obrigado à lua por ter entrado em 2010 com todo o seu esplendor e me ter ensinado estas lições tão preciosas. Ou pelo menos me ter feito reflectir sobre elas, quando na tarde do dia 1 de Janeiro de 2010 espreitou pela janela do meu quarto e me disse "Olá!".

Espero que o 2010 de todos seja iluminado como o é a lua no momento em que digito estas palavras!

;)